Lívia é uma menina
meiga e estudiosa do nono ano do ensino fundamental, adora ler e sair com as
amigas para simples programas de fim de semana. Entretanto, em um destes fins
de semana, resolveu aceitar o convite de sua amiga Flávia para visitar a Igreja
do bairro. Lívia, impactada por Deus naquela ocasião, converteu-se e agora quer
viver sua vida pautada pela Palavra de Deus. Entretanto, suas amigas de outrora
continuam a chama-la para sair e se divertir como antes. E agora, o que Lívia
deve fazer? Como ele deve se relacionar com suas amigas que não são cristãs?
A ilustração acima,
embora seja fictícia, reflete uma realidade muito frequente em nossa vida,
principalmente e especialmente na vida dos jovens que vêm para Cristo. Como
proceder com as antigas amizades? Devo cortar os relacionamentos com os eles ou
apenas mudar algumas coisas?
Amizades
preciosas, relacionamentos saudáveis
A Palavra de Deus
contém preciosos ensinamentos sobre amizade, o destaque aqui vai para a amizade
bem conhecida entre Davi e Jonatas narrada no primeiro livro do profeta Samuel.
Em Atos 27:3 Paulo é citado encontrando-se com seus amigos. Relações de amizade
também são citadas em 3João 1:15. Enfim, a Bíblia narra relações de amizade e
até mais profundas que essas. Jesus, o próprio, diz em João 15:15 “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas
chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer”.
Amizades são coisas
boas, criadas por Deus para completar o ser humano, o qual é, por natureza, um
ser social. Estudiosos dizem que é impossível ao ser humano sentir-se realizado
longe do seu semelhante; a amizade faz parte da interação social e do
desenvolvimento de todas as pessoas.
Não obstante, amizades
são boas e más; algumas acrescentam mais em sua vida, outras retiram. Podemos
dizer, com uma certa razão, que todas as pessoas que se achegam a você
inevitavelmente vão acrescentar algo em sua vida ou farão o contrário. Por este
motivo, a Bíblia manda que fiquemos alertas com as pessoas que nos
relacionamos, pois elas podem (e vão) influenciar nossa vida, nossos hábitos e
nossas ações. Conforme as palavras de Paulo:
“Não vos enganeis. As más companhias
corrompem os bons costumes.” (1Co 15:33)
É preciso ser sábio,
cauteloso para escolher as amizades que temos ou para mantê-las. A Bíblia não
nos pede para deixar nossas antigas amizades em função da incredulidade deles,
porque afinal, como diz Paulo:
“com isso não me referia à comunicação em geral com os devassos
deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras;
porque então vos seria necessário sair
do mundo.” (1Co 5:10)
A questão principal é:
quem são nossos amigos e como eles influenciam nossa vida? Uma resposta positiva
a essa pergunta pode carimbar a excelência de uma grande amizade. Por outro
lado, podemos nos espantar com a facilidade que satanás tem para derrubar
pessoa por meio de suas “amizades”, sejam crentes ou não.
Devo manter minhas
antigas amizades? Como saber?
O processo de conversão
transforma a pessoa em uma nova criatura (2Co 5:17), com uma nova forma de
agir, sentir e pensar; literalmente um nova pessoa – uma vez que todo o seu ser
é transformado pelo poder do Evangelho. Como servo de Deus, é preciso tomar
cuidado e zelar pela preciosidade do seu coração, evitando se envolver com a
sujeira espiritual disponível no mundo; isso inclui, fatalmente, amizades
destrutivas. A Bíblia afirma de forma categórica:
“Quem
anda com os sábios será sábio; mas o companheiro dos tolos sofre aflição.” (Pv 13:20)
Quem são seus amigos? O
que praticam? Como tratam sua nova vida: com deboches ou respeitam sua decisão
de viver para Cristo? É interessante que muitos Cristãos insistem em manter
amizades que mais prejudicam sua fé do que ajudam. Seus “amigos” lhe convidam
para fazer algo de errado? Eles criticam sua Fé e tentam tirá-lo do caminho da
salvação? É necessário ter cautela com esses “amigos”, certamente eles não
estão querendo acrescentar algo em sua vida, mas sim o contrário.
Um jovem novo
convertido, cheios de antigas amizades, têm em mãos um campo de trabalho
próprio para disseminar o Evangelho. Por meio de seu testemunho e de sua
pregação, os velhos amigos tem a chance de ouvirem o Evangelho e encontrar-se
com Cristo. Entretanto, muitas vezes acaba ocorrendo o contrário; é necessário
sabedoria para lidar com esses casos, onde temos que aguardar o tempo de Deus
(Ec 3:1). As amizades verdadeiras são extremamente bem vindas, ajudam no
crescimento pessoal e social de toda pessoa, e não deve ser desprezada – sendo
ou não um servo de Cristo, um bom amigo está, por meio dessa amizade fiel e
verdadeira, praticando e cultivando sentimentos e atitudes cristãs.
Conclusão
É extremamente
importante refletirmos sobre nossas amizades. Elas podem nos ajudar ou nos
prejudicar, adicionar ou subtrair, entretanto, inevitavelmente irá nos
influenciar. Por isso, devemos nos basear na Palavra de Deus para julgarmos
conforme a reta justiça (Jo 7:25) todas as nossas amizades, sejam elas de
cristãos ou não, para provarmos se estamos tendo influências positivas ou
negativas desses amigos. Porém, sempre temos que ter em mente que “há um amigo que é mais chegado do que um irmão.” (Pv 18:24) e não podemos desprezar
amizades, mas julgá-las e considerar os melhores amigos.